Noventa por cento das mortes de mulheres grávidas poderiam ser evitadas com atendimento adequado. O dado do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) é o mote para a mobilização pelos direitos das mulheres e pela redução da morte materna, todo dia 28 de maio. A campanha mundial tem o objetivo de sensibilizar a sociedade para o tema e chamar a atenção para a importância de investir mais e melhor no enfrentamento da mortalidade materna. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo “morte materna” define a morte de uma mulher durante a gestação, independentemente de sua duração, ou até 42 dias após o seu término, em virtude de qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez.
Diante deste quadro, nos últimos anos, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio) vem promovendo esforços para reduzir a mortalidade materna, por meio da Estratégia Saúde da Família. Dentre as principais ações estão o incremento e a qualificação dos processos de investigação e análise dos óbitos em mulheres em idade fértil; a qualificação do atendimento pré-natal e o rastreio com diagnóstico precoce da sífilis na gestação; e o programa Cegonha Carioca.
Iniciativa pioneira no Brasil, o Cegonha Carioca promove a humanização do cuidado com a mãe e com o bebê desde o pré-natal até o parto, com o objetivo de reduzir a mortalidade materno-infantil. Lançado em 2011 e implantado inicialmente na Rocinha e na área de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba, hoje o programa contempla toda a cidade. Saiba mais sobre o programa Cegonha Carioca.
E, para marcar o Dia Nacional de Redução da Morte Materna, lembrado nesta quarta-feira, 28, a SMS-Rio promove a mobilização Filhos precisam de mãe – parto e nascimento são momentos de celebração da vida, na Clínica da Família Souza Marques e no Centro Municipal de Saúde Alberto Borghet, em Madureira. Durante a ação, que acontece de 11h às 15h, profissionais de saúde e parceiros da sociedade civil vão realizar intervenções com profissionais e usuários da unidade. O evento contará, também, com a presença da atriz Lica de Oliveira. O objetivo é ampliar a conscientização sobre o tema e incentivar a promoção de ações efetivas para o enfrentamento do problema, sensibilizando o profissional de saúde sobre a importância de seu envolvimento nestas ações. Baixe o folder da campanha e participe!
Mortalidade materna desafia Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
As ações para promoção e proteção da saúde da mulher não estão sendo desenvolvidas de forma efetiva, em todo o mundo. A conclusão é da Organização das Nações Unidas (ONU), que no início de maio divulgou os resultados da pesquisa Estimativas das Tendências de Mortalidade Materna 1990-2013. O estudo aponta que o índice global de morte materna foi reduzido em 45% entre 1990 e 2013. No entanto, a ONU alerta que isso não é suficiente: segundo a entidade, a maioria dos países não conseguirá cumprir a quinta meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que estabelece a redução deste tipo de morte em 75%, até 2015.
O relatório chama atenção para um problema grave: em todo o mundo, cerca de 800 mulheres morrem diariamente devido a complicações na gravidez ou no parto. Para a ONU, esta realidade é resultado do pouco investimento e comprometimento de governos e organismos internacionais com o enfrentamento do problema.
“Intervenções relativamente simples e bem conhecidas , como os serviços de obstetrícia e de prevenção e resposta da violência de gênero, podem fazer uma enorme diferença se forem ampliadas e articuladas com investimentos em inovações, especialmente na área de contraceptivos”, declarou a diretora executiva adjunta do UNFPA, Kate Gilmore, durante a divulgação do relatório.
Diante deste quadro, o UNFPA recomenda que os sistemas nacionais de saúde sejam fortalecidos com instalações de qualidade e pessoal capacitado e que equipamentos e medicamentos estejam acessíveis a todas as mulheres. Além disso, a educação integral em sexualidade e os serviços de saúde sexual e reprodutiva devem ser disponibilizados para jovens.