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BIBLIOTECA: Circulador nº 6

3 mar

Circulador 6:
Protagonismo juvenil: uma política pública para o SUS

Circulador 6Integrar jovens e adolescentes promotores da saúde à Estratégia Saúde da Família (ESF) tem sido uma ação estratégica para aproximar cidadãos ao Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade do Rio de Janeiro. Em seu terceiro ciclo, entre 2012 e 2014, a Rede de Adolescentes e Jovens Promotores da Saúde (RAP da Saúde) atuou em estreita parceira com Centros Municipais de Saúde, Clínicas da Família, Escolas Municipais e as comunidades onde estes equipamentos estão presentes. Apresentamos, nesta revista, as principais conquistas e desafios do trabalho, desenvolvido por meio de uma fértil parceria entre jovens e profissionais .

Conheça o RAP da Saúde e saiba como o projeto se tornou referência na Estratégia Saúde da Família ao promover saúde nas comunidades por meio do protagonismo juvenil

Conheça o RAP da Saúde e saiba como o projeto se tornou referência na Estratégia Saúde da Família ao promover saúde nas comunidades por meio do protagonismo juvenil

Percebemos, na rotina de trabalho, como nossos jovens e adolescentes promotores da saúde vêm contribuindo para a humanização da atenção à saúde. No contato com cada comunidade vemos a potencialidade do grupo para colocar em prática o conselho do psicólogo Carl Jung: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

Um exemplo é a implantação do Cartão Família Carioca, cujo pré-requisito para a obtenção do benefício é a participação de jovens e adolescentes das famílias contempladas em grupos educativos nas unidades de saúde. A dinâmica trouxe à tona a dificuldade que muitos serviços de saúde têm em lidar com esta faixa etária e criou a oportunidade para o RAP mostrar que jovens e adolescentes podem ensinar de uma forma muito especial como promover saúde. Neste processo, o RAP se firmou como um dispositivo de promoção da saúde para a ESF, capaz de ampliar a captação de jovens e adolescentes pelas unidades de saúde. Comemoramos, assim, a consolidação do RAP como uma tecnologia social para a qualificação da Atenção Primária no SUS.

Se em seus dois primeiros ciclos de atuação esta Rede era um projeto de um setor da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio) – a Coordenação de Políticas e Ações Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde, vinculada à Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde – hoje percebemos sua incorporação como uma estratégia de promoção de saúde para a rede de atenção primária. da SMS-Rio.

Mais que conquistas e desafios, a experiência traz como proposta para o ciclo 2014-2016 o compromisso de efetivar a Rede de Adolescentes e Jovens Promotores da Saúde como uma política pública para o SUS, no âmbito da ESF.

Viviane Manso Castello Branco
Coordenadora do RAP da Saúde até 2014

DEU CERTO! Protagonismo Juvenil e valorização da paternidade em Guaratiba

23 set

Jovens e adolescentes do grupo O Tempo Não Pára, iniciativa juvenil apoiada pelo RAP da Saúde e desenvolvida em parceria com a Clínica da Família Agenor de Miranda Araújo Neto, em Guaratiba, escolheram o vídeo “O Pai Está!”, do RAP da Saúde, para trabalhar o tema da paternidade com o grupo de gestantes da unidade de saúde, dia 20 de agosto.

A atividade aconteceu durante o Mês de Valorização da Paternidade, iniciativa da Superintendência de Promoção da Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro em parceria com o Comitê Vida – grupo de trabalho intersetorial que integra profissionais de organizações governamentais e não-governamentais, universidades e demais pessoas e instituições interessadas. A proposta é conscientizar a sociedade sobre a importância da participação dos pais no crescimento e desenvolvimento de seus filhos e desenvolver políticas públicas que contribuam para a valorização da paternidade nos serviços de saúde.

Após a exibição do vídeo, uma roda de conversa proporcionou a troca de ideias e experiências entre os casais, com idades entre 16 e 35 anos. A coordenadora do grupo O Tempo Não Pára, a agente comunitária de saúde Eliane Ramos, conta que o vídeo “O Pai Está!” é um excelente recurso para sensibilizar pais, mães e profissionais de saúde sobre o tema.

“O vídeo mostra que estar presente no cuidado do seu filho desde a gestação é não só um dever, mas também um direito do pai – e que cabe ao serviço de saúde assegurá-lo da melhor maneira possível. A experiência foi riquíssima, principalmente porque conseguimos abordar o tema da paternidade do ponto de vista da juventude, acolhendo adolescentes que serão pais pela primeira vez”, avalia Eliane.

O grupo de gestantes da  Clínica da Família Agenor de Miranda Araújo Neto se reúne quinzenalmente às quartas-feiras, às 15h. A unidade de saúde fica na Estrada do Mato Alto, s/nº, Guaratiba. Mais informações: (21) 3377-4978.

DEU CERTO! CAP 2.1 promove III Torneio de Futsal pela Valorização da Paternidade

27 ago

futsal cap 21O futebol foi a estratégia escolhida pela CAP 2.1 para envolver profissionais e usuários das unidades de saúde do território na campanha pela valorização da paternidade. No último sábado, 23 de agosto, o III Torneio de Futsal pela Valorização da Paternidade, realizado Espaço Criança Esperança, no Cantagalo, mostrou que atividade física, lazer e saúde jogam no mesmo time.

Em sua terceira edição, o campeonato teve a participação de pais que frequentam as unidades de saúde, seus filhos e familiares, profissionais do Programa Academia Carioca e doze equipes de saúde, dos centros municipais de saúde Manoel José Ferreira, Dom Helder Câmara, João Barros Barreto, Chapéu Mangueira Babilônia, Píndaro de Carvalho Rodrigues, Dr Albert Sabin, Rodolpho Perissé e Vila Canoas e das clínicas da família Santa Marta, Pavão Pavãozinho Cantagalo, Rinaldo Delamare e Maria do Socorro Silva e Sousa.

A equipe campeã!

A equipe campeã!

 

“O campeonato é a culminância de um conjunto de atividades que vem sendo implantadas nas unidades de saúde da CAP 2.1 para ampliar a presença do pai em nossos serviços. Percebemos que a interação com o esporte e o lazer – e especialmente com o futebol – foi estratégica nesse sentido. Durante a preparação para o torneio, os pais participantes receberam orientações dos professores de educação física e se aproximaram dos profissionais de saúde do território”, avalia o enfermeiro Sebástian Freire, da Divisão de Ações e Programas de Saúde da CAP 2.1

Ele conta que a ação foi um sucesso: “O torneio teve um alto nível técnico, com grandes jogadas e belos gols. Agradecemos aos professores da Academia Carioca, que acompanharam os times formados por pais e profissionais de saúde, ao Viva Rio, à Clínica da Família Pavão Pavão e Cantagalo, que aproveitou o encontro para promover saúde distribuindo preservativos e kits bucais, ao Espaço Criança Esperança e ao SPA do Pé, que ofereceu sessões de cortesia de reflexoterapia podal”.

Disputando a final, o time do Centro Municipal de Saúde Vila Canoas venceu a equipe do Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira nos pênaltis, consagrando-se campeão com o placar de 5 a 1. Também receberam medalhas o melhor artilheiro, Erik Soares , do Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira, e o melhor goleiro, Márcio Miller, do Centro Municipal de Saúde Vila Canoas.

DEU CERTO! Simpósio debate paternidade, cuidado e políticas públicas

18 ago

O período da gestação é o momento ideal para acolher o pai como membro participativo da promoção da saúde de sua família. Essa foi a principal conclusão do  VI Simpósio Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas: Paternidade e Cuidado, realizado na semana passada, dias 13 e 14 de agosto, na Universidade Veiga de Almeida (UVA), na Tijuca. Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio), em parceria com o Comitê Vida e o Instituto Promundo, o evento reuniu profissionais e gestores de saúde, educação e áreas afins para trocar experiências e discutir a adoção de políticas públicas em prol da paternidade.

O debate foi organizado em torno de dois painéis: Masculinidades, Paternidades e Práticas de Cuidado e Boas Práticas de Valorização da Paternidade – que abordou as boas práticas na atenção ao parto e ao nascimento, na Atenção Primária, na mídia, nas escolas e nas redes sociais. Cerca de duzentas pessoas participaram do encontro, que também proporcionou a realização de cinco oficinas temáticas: Unidade Básica Parceira do Pai; Maternidade Parceira do Pai; Paternidades e Diversidades; Juventude, Saúde Sexual e Reprodutiva e Paternidade; e Masculinidades, Paternidades e Formação.

Intersetorialidade: representantes da Prefeitura do Rio, do Governo Federal e da sociedade civil juntos para discutir políticas públicas para valorização da paternidade

Intersetorialidade: representantes da Prefeitura do Rio, do Governo Federal e da sociedade civil juntos para discutir políticas públicas para valorização da paternidade

Para a coordenadora do evento, a médica Viviane Manso Castello Branco, que também é coordenadora de Políticas e Ações Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde da SMS-Rio, a iniciativa ressalta a importância e se promover uma articulação intersetorial em torno do tema da paternidade, envolvendo diferentes setores da sociedade. “Reunimos representantes da Prefeitura do Rio, do Governo Federal, da academia e da sociedade civil, além de jovens e adolescentes, mostrando que o tema da paternidade é transversal e todos os setores sociais devem se unir para ampliar a participação do pai nas instituições”, avalia.

Eduardo Chakora,  coordenador nacional da Política de Atenção à Saúde do Homem do Ministério da Saúde:

Eduardo Chakora, coordenador nacional da Política de Atenção à Saúde do Homem do Ministério da Saúde: “A meta é que os homens participem cada vez mais do pré-natal, do parto, da amamentação e realizem todos os exames preventivos de rotina, praticando o autocuidado e o cuidado da saúde de suas mulheres e filhos”.

 

Presente ao evento, o coordenador nacional da Política de Atenção à Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Eduardo Chakora, comentou os avanços na incorporação de políticas públicas para a valorização da paternidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A meta é que os homens participem cada vez mais do pré-natal, do parto, da amamentação e realizem todos os exames preventivos de rotina, praticando o autocuidado e o cuidado da saúde de suas mulheres e filhos”, aponta.

Boas Práticas de Valorização da Paternidade

No painel Boas Práticas de Valorização da Paternidade, profissionais de saúde que lidam diretamente com a atenção ao parto e ao nascimento contaram como esses processos estão sendo aperfeiçoados para promover o acolhimento dos pais. “Precisamos estar atentos aos momentos em que os homens vão às unidades de saúde, por exemplo, para vacinar seus filhos. Neste contato, temos a oportunidade de conversar com os pais sobre o cuidado de seus filhos e valorizar a sua presença no serviço de saúde”, compartilhou Rachel Sarmento Reis, da Clínica da Família Emygidio Costa Filho.

Participar da amamentação é uma etapa muito importante no cuidado do bebê. Durante o evento, profissionais de saúde trocaram experiências e refletiram sobre como os serviços de saúde podem contribuir para a valorização do pai como cuidador.

Participar da amamentação é uma etapa muito importante no cuidado do bebê. Durante o evento, profissionais de saúde trocaram experiências e refletiram sobre como os serviços de saúde podem contribuir para a valorização do pai como cuidador.

Outro momento importante para acolher o pai como cuidador de seu filho é o da licença-paternidade. “Sabemos que o homem tem cinco dias de licença-paternidade, então organizamos nossa agenda para fazermos a visita domiciliar neste período em que o pai estará em casa, mais sensível e próximo do bebê”, conta o enfermeiro Sancler Corrêa, da Clínica da Família Santa Marta.

Antes do debate sobre boas práticas de valorização da paternidade nas escolas, na mídia e nas redes sociais, esquete da equipe Jacarezinho da Rede de Adolescentes e Jovens Promotores da Saúde (RAP da Saúde) trouxe o olhar dos filhos sobre a paternidade. A apresentação promoveu a reflexão sobre famílias modernas e pais ausentes. Em seguida, Dilma Cupti de Medeiros, da SMS-Rio; Luiz Costa, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro; Cleide Ramos, da MultiRio; e Thiago Queiroz, do blog “Paizinho, vírgula” discutiram como esses espaços de educação e comunicação podem contribuir para a formação de uma cultura que valorize a paternidade.

RAP da Saúde: jovens e adolescentes promotores da saúde apostam na linguagem do teatro para abordar novos modelos de família e pais ausentes

RAP da Saúde: jovens e adolescentes promotores da saúde apostam na linguagem do teatro para abordar novos modelos de família e pais ausentes

 

Como encerramento do primeiro dia de atividades, o VI Simpósio Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas: Paternidade e Cuidado promoveu um coquetel de lançamento da versão preliminar do Manual P, sobre boas práticas em masculinidades e cuidado, e de pré-lançamento do livro Chutando Pedrinhas, ambos do Instituto Promundo.

“O Manual P reúne metodologias participativas para profissionais de saúde, agentes comunitários e outras lideranças que desenvolvem ações de valorização da paternidade junto a grupos de homens, apenas mulheres ou casais. A publicação também traz sugestões sobre como levar o homem até a unidade de saúde e oferece, por exemplo, um modelo de solicitação de liberação do pai do emprego para acompanhar o pré-natal”, apresenta Marco Aurélio Martins, coordenador executivo do Instituto Promundo. “Gestores de saúde que desejem participar de capacitações sobre o tema podem procurar o Instituto Promundo”, convida.

Oficinas promovem a interlocução entre participantes

Quais são os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes e jovens? Como pessoas nesta faixa etária podem ser estimuladas a exercer uma paternidade cuidadosa e participativa? Essas foram as questões abordadas pela oficina que teve o maior número de participantes: Juventude, Saúde Sexual e Reprodutiva e Paternidade. A partir do jogo “Em seu lugar”, a atividade instigou profissionais de saúde a refletirem sobre estereótipos e relações de poder que afetam a sua relação com esta faixa etária. “Conversamos sobre como a garantia ou não dos direitos sexuais e reprodutivos impacta a saúde de jovens e adolescentes – e qual o papel dos profissionais de saúde nesse contexto”, conta Vanessa Fonseca, assistente de programas do Instituto Promundo, que conduziu o trabalho.

Também propondo uma quebra de paradigmas, a oficina Paternidades e Diversidades discutiu a paternidade e a maternidade nas relações homoafetivas. “Nossa proposta foi conversar, sem preconceitos, sobre os novos modelos de família que estão surgindo e os desafios que eles trazem para a rotina dos profissionais de saúde”, explicou Marcos Nascimento, do Instituto Noos, coordenador da oficina. A partir de vídeos que abordam a questão, o grupo discutiu casos reais sobre o tema.

Em Maternidade Parceira do Pai, o grupo experimentou uma verdadeira tempestade de ideias sobre o papel que o homem ocupa nesses espaços de atenção ao nascimento. “Nossa proposta foi pensar novas medidas de intervenção social para acolher os homens nas maternidades, desde a estrutura física dos estabelecimentos até em atividades lúdicas e informativas”, resumiu o coordenador da oficina, o enfermeiro Márcio Luís Ferreira, que atua no Serviço de Educação Permanente da Maternidade Carmela Dutra.

oficina Unidade de Saúde Parceira do Pai

À esquerda, Viviane Manso Castello Branco, coordenadora do evento, comemora: Vimos administradores, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde refletindo se têm feito um bom atendimento ou estão excluindo homens, como eles. A maior parte deles saiu daqui compromissada, com ideias de motivação e multiplicação em seus serviços”

Na oficina sobre Masculinidades, Paternidades e Formação, os integrantes discutiram como a formação de profissionais de saúde e educação pode contribuir para a sensibilização sobre a valorização da paternidade. “Como metodologia, organizamos grupos de trabalho que geraram propostas para a formulação de uma aula ou curso sobre saúde e paternidade,” descreve Maria Luiza Carvalho, doutora em psicosociologia e atuante na UFRJ, que dividiu a coordenação da oficina com Cláudia Ribeiro, pesquisadora em Saúde Coletiva da UFF.

Já na oficina Unidade Básica Parceira do Pai, Viviane Manso Castello Branco e  Sancler Corrêa, que conduziram a atividade, buscaram estimular os profissionais de saúde a repensar o modo como acolhem os pais e como podem contribuir para o maior envolvimento dos homens no cuidado e atenção à seus filhos. “Tivemos um público masculino significativo – e isso é muito bom. Vimos administradores, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde refletindo se têm feito um bom atendimento ou estão excluindo homens, como eles. A maior parte deles saiu daqui compromissada, com ideias de motivação e multiplicação em seus serviços”, comemora Viviane.