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DEU CERTO! Mês de Valorização da Paternidade 2014

1 set

Como políticas públicas podem contribuir para a valorização da paternidade? Qual o papel dos serviços de saúde, das universidades, das escolas, dos meios de comunicação e da sociedade como um todo neste processo? Essas foram algumas das questões discutidas ao longo da edição 2014 do Mês de Valorização da Paternidade, comemorado todos os anos em agosto.

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Envie fotos e um relato de sua experiência em valorização da paternidade para elosdasaude@gmail.com.

Coordenada pelo Comitê Vida, a campanha busca sensibilizar a sociedade para a importância da participação do pai no crescimento e desenvolvimento de seus filhos. Para isso, iniciativa envolve unidades de saúde, escolas, universidades, complexos esportivos, comunidades e demais parceiros da promoção da saúde da cidade do Rio de Janeiro. O  Comitê Vida é um grupo de trabalho intersetorial que integra profissionais de organizações governamentais e não-governamentais, universidades e demais pessoas e instituições interessadas, sob a coordenação da  Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio).

Participar da amamentação é uma etapa muito importante no cuidado do bebê. Durante o evento, profissionais de saúde trocaram experiências e refletiram sobre como os serviços de saúde podem contribuir para a valorização do pai como cuidador.

Participar da amamentação é uma etapa muito importante no cuidado do bebê. Durante o evento, profissionais de saúde trocaram experiências e refletiram sobre como os serviços de saúde podem contribuir para a valorização do pai como cuidador.

“A participação afetuosa dos pais no cuidado com seus filhos é um processo que contribui para o bem estar de toda a família e da sociedade em geral.  O envolvimento do pai em ações de saúde pode, inclusive, contribuir para a redução de indicadores de mortalidade infantil, materna e de sífilis congênita. Por isso, o Plano Municipal de Saúde do Rio de Janeiro define como uma de suas metas a implantação da iniciativa Unidade de Saúde Parceria do Pai em toda a rede Saúde Presente”, explica a coordenadora de Políticas e Ações Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde da SMS-Rio, Viviane Manso Castello Branco, que também coordena o Comitê Vida.

Este ano, a SMS-Rio promoveu, em parceria com o Instituto Promundo e o Comitê Vida, o VI Simpósio Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas: Paternidade e Cuidado. Durante dois dias, o evento reuniu profissionais e gestores de saúde, educadores, comunicadores, pesquisadores, estudantes, jovens e adolescentes promotores da saúde para discutir políticas públicas de valorização da paternidade. Também foram abordadas as interfaces entre masculinidades, paternidades e práticas de cuidado e as boas práticas de valorização da paternidade no Sistema Único de Saúde (SUS).

Eduardo Chakora, coordenador nacional da Política de Atenção à Saúde do Homem do Ministério da Saúde: “A meta é que os homens participem cada vez mais do pré-natal, do parto, da amamentação e realizem todos os exames preventivos de rotina, praticando o autocuidado e o cuidado da saúde de suas mulheres e filhos”.

Presente ao evento, o coordenador nacional da Política de Atenção à Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Eduardo Chakora, comentou os avanços na incorporação de políticas públicas para a valorização da paternidade pelo SUS. “A meta é que os homens participem cada vez mais do pré-natal, do parto, da amamentação e realizem todos os exames preventivos de rotina, praticando o autocuidado e o cuidado da saúde de suas mulheres e filhos”, aponta. Veja a cobertura completa do VI Simpósio Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas: Paternidade e Cuidado.

Preparativos: Café com Ideias sobre Valorização da Paternidade

Café com Ideias: Valorização da PaternidadePara sensibilizar profissionais da Saúde, Educação e Comunicação para a participação do Mês de Valorização da Paternidade, a Coordenação de Políticas e Ações Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde da SMS-Rio promoveu, em julho, uma edição especial do Café com Ideias sobre Valorização da Paternidade.

“O Café com Ideias é um processo de conversação simples e poderoso, que valoriza os diferentes saberes, vivências e pontos de vista, proporcionando um diálogo colaborativo. A atividade acessa a inteligência coletiva e cria possibilidades inovadoras de ação. Daí a escolha dessa metodologia como ponto de partida para um toró de palpites sobre o Mês de Valorização da Paternidade” explica Viviane.

A dinâmica é simples: os convidados se organizam em pequenos grupos de discussão e, em seguida, o troca-troca de participantes entre os grupos faz as ideias circularem, gerando novas propostas e reflexões. Nesta edição do Café com Ideias sobre Valorização da Paternidade, foram levantadas questões como a implantação e o aprimoramento do pré-natal masculino, a garantia da liberação do pai trabalhador para participar dessas consultas, a licença paternidade, a paternidade na juventude e na adolescência e o envolvimento de escolas, universidades e meios de comunicação na reflexão sobre novas percepções da paternidade. Confira a cobertura completa do Café com Ideias sobre Valorização da Paternidade.

Atividades nas unidades de saúde

O Mês de Valorização da Paternidade foi intenso nos Centros Municipais de Saúde e Clínicas da Família da cidade do Rio de Janeiro. Confira alguns destaques desta mobilização! Participe desta mobilização! Envie fotos e um relato de sua experiência em valorização da paternidade para elosdasaude@gmail.com.

futsal cap 21TORNEIO DE FUTSAL PELA VALORIZAÇÃO DA PATERNIDADE
Promovido pela CAP 2.1 em parceria com o Programa Academia Carioca, o 3º Torneio de Futsal pela Valorização da Paternidade reuniu profissionais de saúde da região e pais que frequentam as unidades da 2.1. Além de promover a atividade física, a proposta é levar os homens para as unidades de saúde, aproximá-los dos profissionais de saúde e fortalecer os vínculos familiares – uma vez que os filhos participam do torneio, concorrendo ao prêmio de melhor torcida.

postal da saúde: paternidadeVALORIZAÇÃO DA PATERNIDADE EM MARECHAL HERMES
Na Clínica da Família Dante Romário Jr., em Marechal Hermes, a valorização da paternidade foi abordada por diversas equipes da unidade de saúde. A equipe Belize promove ação no território, interagindo com moradores da comunidade. A equipe Canaã promoveu debates no grupo de hipertensão arterial. E as equipes Mario Mota e Mario Hermes levaram o tema ao seus grupos de gestantes.

Mês de Valorização da PaternidadeATIVIDADES EDUCATIVAS EM GUADALUPE
O Centro Municipal de Saúde Augusto do Amaral Peixoto, em Guadalupe, promoveu a Semana de Valorização da Paternidade. Profissionais da Enfermagem, da Pediatria e do Serviço Social desenvolveram atividades educativas na sala de espera da unidade de saúde e conversaram com os usuários sobre o papel do pai no crescimento e desenvolvimento de seus filhos.

mês de valorização da paternidadeACOLHIMENTO MÃE-PAI-BEBÊ NA ILHA DO GOVERNADOR
O Centro Municipal de Saúde Necker Pinto, na Ilha do Governador, intensificou as ações de acolhimento mãe-pai-bebê, realizadas como rotina na unidade de saúde. A proposta é envolver o pai no cuidado de seu filho desde a gestação, o que é fundamental para fortalecer vínculos familiares. O grupo, que se encontra durante todo o ano, reúne mensalmente gestantes no sétimo mês de gravidez e seus parceiros. Para participar basta procurar a recepção da unidade de saúde.

PATERNIDADE E CUIDADO

5 ago
XII Mês de Valorização da Paternidade

mês de valorização da paternidade

VI Simpósio Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas
Paternidade e Cuidado
13 e 14 de agosto, na Tijuca
::: acesse a programação :::
::: faça a sua  inscrição :::
Quem tiver interesse em mostrar o seu trabalho por meio de banners, jogos ou videos,
deve entrar em contato com seminariopaternidade@gmail.com 

postal da paterndadeEm 2014, o XII Mês de Valorização da Paternidade promove o VI Simpósio Paternidades, Singularidades e Políticas Públicas: Paternidade e Cuidado, que será realizado dias 13 e 14 de agosto, na Universidade Veiga de Almeida (UVA), na Tijuca. O evento, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro em parceria com o Instituto Promundo e o Comitê Vida, é gratuito e aberto a todos os interessados. A proposta é reunir profissionais e gestores de saúde, educadores e outros parceiros para discutir formas de implementar e aprimorar políticas públicas em favor da valorização da paternidade, por exemplo, por meio das Unidades de Saúde Parceiras do Pai.

Na quarta-feira, dia 13, a programação traz três painéis, a partir das 9h:
* O credenciamento será realizado a partir das 8h30

Masculinidades, Paternidades e Práticas de Cuidado
Coordenação: Aline Martins (IFF)

  • Paternidade e saúde do homem – Eduardo Chakora (Ministério da Saúde)
  • Paternidade e corpo – Maria Luiza Carvalho (UFRJ)
  • Unidade de saúde parceria do pai- Viviane Manso Castello Branco (SMS-Rio)
  • Masculinidades e paternidades – Cláudia Ribeiro (UFF)
  • Programa P – Marco Aurélio Martins (Promundo)

Boas Práticas de Valorização da Paternidade – parte 1
Coordenação: Sergio Luiz Aquino (SMS-Rio)

  • Na atenção ao parto e nascimento:
    Márcio L. Ferreira (Maternidade Carmela Dutra) e Leila Azevedo (Casa de Parto David Capistrano)
  • Na Atenção Primária:
    Rachel Sarmento Reis (CF Emygdio Costa Filho) e Sancler Corrêa (CF Santa Marta)

Intervenção Cultural
RAP da Saúde – Equipe Jacarezinho (SMS-Rio e Cedaps)

Boas Práticas de Valorização da Paternidade – parte 2
Coordenação: Dilma Cupti de Medeiros (SMS-Rio)

  • Na mídia: Cleide Ramos (MultiRio)
  • Na escola: Luiz Costa (SME)
  • Nas redes sociais: Thiago Queiroz (Blog “Paizinho, vírgula”)

18h: Coquetel de lançamento do Manual para o Exercício da Paternidade e do Cuidado (Programa P/Instituto Promundo)

 Na quinta-feira, dia 14, serão realizadas cinco oficinas simultâneas, de 14h às 17h:
  • Unidade Básica Parceira do Pai
    Coordenação: Viviane Manso Castello Branco (SMS-Rio) e Sancler Correa (SMS-Rio)
  • Maternidade Parceira do Pai
    Coordenação: Diana Valladares (SMS-Rio) e Márcio Luis Ferreira (SMS-Rio)
  • Paternidades e Diversidades
    Coordenação: Marcos Nascimento (IMS/UERJ) e Mônica Guimarães Arruda (SMS-Rio)
  • Juventude, Saúde Sexual e Reprodutiva e Paternidade
    Coordenação: RAP da Saúde (SMS-Rio e Cedaps) e Projeto Sem Vergonha (Instituto Promundo)
  • Masculinidades, Paternidades e Formação
    Coordenação: Maria Luiza Carvalho (UFRJ) e Cláudia Ribeiro (UFF)

DEU CERTO! Jacarezinho debate sexualidade

2 jul

A sexualidade e suas relações com o prazer, as diversidades e cuidado à saúde estiveram em pauta na comunidade do Jacarezinho no dia 26 de junho, durante o II Encontro sobre Sexualidade do Jacarezinho. O evento, promovido pelo RAP da Saúde na Clínica da Família Anthidio Dias da Silveira, reuniu profissionais de saúde, agentes comunitários, adolescentes das Casas Vivas e membros da comunidade em uma tarde de debates, dinâmicas e trocas de ideias.

II Encontro sobre Sexualidade do Jacarezinho

“A proposta foi a de que o público interagisse o tempo todo com o ambiente. Para isso, colocamos cartazes suspensos com mitos e curiosidades sobre sexo e preparamos o Cantinho das Sensações. Como uma versão pocket do Labirinto das Sensações, as pessoas eram convidadas a permanecer de olhos vendados, enquanto recebiam alguns estímulos. Tudo para descontrair e abrir espaço para um debate franco e produtivo”, conta Daniel de Souza, facilitador local da equipe Jacarezinho do RAP da Saúde.

A equipe Jacarezinho do RAP da Saúde durante o II Encontro sobre Sexualidade do Jacarezinho

A equipe Jacarezinho do RAP da Saúde durante o II Encontro sobre Sexualidade do Jacarezinho

A exibição do vídeo “Nossas Verdades”, produzido pelos jovens e adolescentes promotores da Saúde do RAP da Saúde, foi o ponto de partida para a discussão. “A narrativa aborda o tema da primeira vez de forma bastante aberta, considerando os diversos contextos em que a experiência pode acontecer. Sem preconceitos, sem tabu. E isso é fundamental para trazer a conversa sobre um tema tão delicado para o campo da realidade”, explica Daniel. A partir da exibição do vídeo, multiplicadores e dinamizadores puxaram o debate, envolvendo todos os participantes.

 

II Encontro sobre Sexualidade do Jacarezinho

O evento foi encerrado com o sorteio de uma cesta de sex shop e com a distribuição de preservativos para todos os presentes.

BIBLIOTECA: gentileza no namoro no jornal Extra

26 jun

Reportagem publicada em 23 de junho de 2014 no jornal Extra

Violência doméstica também é questão de saúde pública
Entenda e saiba como denunciar

Campanha “Gentileza no Namoro” busca prevenir a violência entre casais de adolescentes. Foto: André Corrêa

Campanha “Gentileza no Namoro” busca prevenir a violência entre casais de adolescentes.
Foto: André Corrêa

A relação se deu sempre com pequenas ameaças, ciúmes, o namorado querendo controlar sua forma de falar em público, sua relação com as outras pessoas. No início ela não aceitava o desaforo e deixava o rapaz falando sozinho. Alguns dias depois, estavam juntos novamente. Sempre brigando, mas sempre juntos. Depois de grávida, ela se viu suportando a opressão psicológica porque imaginava que esta seria uma forma de preserva sua família e que a convivência com os filhos mudaria a situação entre eles. Foram três filhos e o atrito chegou a diminuir, mas as agressões não pararam completamente.

— Ele quebrava portas, destruía tudo dentro de casa, remexia nas minhas coisas, tinha ciúme do meu passado. Eu pensava que a coisa ia melhorar, que ele amadureceria e, em vez de procurar tratamento pra mim, procurei pra ele, que nunca fez. E então, dez anos depois, a violência passou a ser física — conta emocionada uma mulher de 54 anos que não quis se identificar.

Com o objetivo de reverter este contexto de normalização da agressão, a Secretaria Municipal de Saúde lançou este ano a campanha “Gentileza no Namoro”, que durante o mês de junho realiza ações coordenadas nas escolas da rede pública e nas unidades básicas de saúde para sensibilizar os adolescentes e evitar a violência nos relacionamentos do início da vida. Para a coordenação da campanha, a violência no namoro é também uma questão de saúde pública:

— Existem impactos para a saúde e pode gerar conseqüências como a baixa autoestima, depressão, consumo de álcool e outras drogas e relações sexuais desprotegidas. Desfazer o tabu e conversar sobre as diversas formas de violência que podem ocorrer nos relacionamentos é a melhor forma de prevenir e enfrentar o problema — analisa Vivane Castello Branco, coordenadora de Políticas e Ações Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, responsável pela campanha.

Desde 2006 a Lei Maria da Penha busca proteger e tratar com rigor situações de violência doméstica como as relatadas acima. Não é coincidência que a Lei atue em sua maioria em defesa das mulheres. Segundo a avaliação das fichas de notificação de violência doméstica feita pela Secretaria Municipal de Saúde, num total de 1734 notificações, 105 homens se dizem agredidos, contra 1629 mulheres. Dos agressores, 54,6% eram cônjuges, 21,3% ex-cônjuges, 15,6% namorados e 8,4% ex-namorados. A relação é de 2,5 adolescentes mulheres violentadas para cada adolescente homem que relata ter sido agredido, e o número cresce em adultos (20 a 59 anos): 9 mulheres para cada homem.

A relação é de 2,5 adolescentes mulheres violentadas para cada adolescente homem que relata ter sido agredido. Foto: André Teixeira / O Globo

A relação é de 2,5 adolescentes mulheres violentadas para cada adolescente homem que relata ter sido agredido. Foto: André Teixeira / O Globo

 

Invertendo a lógica da violência

— São alguns mitos a respeito do amor que sustentam as pessoas em histórias de violência. A ideia de que confiar demanda saber e controlar tudo o que se passa com o outro, a cultura machista da sociedade que acredita numa imposição pela força, a esperança de que quando casar vai melhorar são alguns dos motivos que parecem criar essas situações — explica Viviane Castello Branco.

O artigo ‘Namoro na adolescência no Brasil’ da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz sobre violência no namoro indica que a maior parte dos adolescentes que relatam viver situações de agressões nos relacionamentos declaram também ter vivido ou assistido atos de violência na família, seja entre os pais, dos pais com os filhos, entre irmãos, outros familiares ou até amigos próximos. Os resultados da pesquisa mostram que a prática da violência nas relações afetivas tende a ser um comportamento repetido e até justificado pelas referências vividas pelo indivíduo; isto é, ver ou conviver com violência afetiva influencia na formação de pessoas mais agressivas.

— Tem pouco mais de dois anos que consegui entender o que só aceitei ser agredida por tanto tempo porque vivia isso na minha família. Eu sou a filha mais velha e precisava proteger minha mãe quando meu pai a agredia e ameaçava com facas e garrafa de bebida. Mesmo sofrendo com isso, e talvez por isso, eu via as agressões com frequência e não consegui me proteger dela. Demorei para querer me relacionar por medo disso — relata a mulher que não quis se identificar e é casada há 29 anos com um homem que nunca deixou de agredi-la.

Com esquetes teatrais, rodas de conversa e exibição de filmes que abordem o tema da sexualidade e do namoro na adolescência, a campanha “Gentileza no Namoro” busca gerar o debate sobre a violência para criar novas referências para os jovens.

— A ideia é que eles saibam reconhecer quando estão sendo ou quando estão sofrendo agressões e tenham a oportunidade de fazer diferente, de pedir ajuda e não deixar que a situação fuja do controle — avalia Viviane Castello Branco, também coordenadora da campanha.

Além da agressão física e sexual, a agressão psicológica também é frequência em relações violentas. Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

Além da agressão física e sexual, a agressão psicológica também é frequência em relações violentas. Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

 

O que é violência no namoro?

Dos estudos feitos, a agressão física aparece com maior incidência, mas não é a única preocupação em relação à violência no namoro ou casamento. Agressões verbais e morais, com ameaças e chantagem ajudam a criar a sensação de que se tem poder e controle sobre o parceiro, gerando o contexto de sofrimento nas relações amorosas. Normalmente esta situação se cria quando um dos namorados pensa que:

– Tem o direito de decidir determinadas coisas pelo namorado ou pela namorada

– Para ser respeitado(a) tem que se impor

– Ser masculino (ser homem) é ser agressivo e usar a força

– As crises de ciúme e o sentimento de posse do namorado ou da namorada são entendidos como sinais de amor

– Não pode se recusar a ter relações sexuais ou a fazer o que não deseja

Tipos de agressão

A violência física é o tipo mais registrado nas notificações avaliadas pela Prefeitura: acima de 95% entre cônjuges e ex-cônjuges, 89% entre namorados e 78% nos ex-namorados. A violência sexual chega a 10% dos casos relatados, sendo 30% dos casos produzidos pelo o ex-namorado e 21% pelo namorado.

— Quando você se dá conta de que está vivendo uma relação violenta, o mais difícil é assumir que ela a violência está em tudo e a pior agressão é a psicologica. Ela acontece entre quatro paredes, em público, o tempo todo. Vira parte da intimidade do casal, da história que está sendo construída e ai mexe com a auto-estima, com a vontade de viver — explica a mulher de 54 anos que está finalmente se separando do marido agressor.

Sendo mais de 40% dos casos notificados junto à Prefeitura, relatos indicam que a agressão psicológica costuma ser a mais difícil de perceber, quando não está associada a outros tipos de violência. Saiba as ações que podem ser consideradas agressões e opressões psicológicas, segundo o estudo da Fiocruz:

– Verbal ou emocional: mencionar repetidamente algo de ruim que o parceiro fez no passado, dizer coisas para deixá-lo com raiva, falar em tom hostil, insultar ou ridizularizar em público

– Relacional: tentar virar os amigos contra o parceiro, dizer coisas sobre ele aos seus amigos para criar intrigas, espalhar boatos sobre o parceiro.

– Ameaças: destruir ou ameaçar destruir algo de valor do parceiro, tentar amedrontá-lo, ameaçar machucá-lo ou jogar coisas sobre ele.

Conheça os seus direitos:

1- Não ter namorado ou namorada

2- Expressar suas idéias e talentos

3- Expressar seus sentimentos, mesmo quando negativos

4- Escolher seus amigos, seu trabalho, sua religião

5- Viver sem medo

6- Ter tempo para você

7- Gastar seu dinheiro como quiser

8- Ser escutado(a) e apoiado(a) por sua família e amigos

9- Decidir se você quer ou não fazer sexo.

 

Mulheres adultas são nove vezes mais vítimas de agressão do que homens. Foto: Ana Branco

Mulheres adultas são nove vezes mais vítimas de agressão do que homens. Foto: Ana Branco

Não se cale

As denúncias de violência doméstica podem ser feitas pelo

Disque Denúncia 2253-1177

ou nas unidades da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). Veja os endereços

Rio de Janeiro, Campo Grande: Av. Cesário de Melo, 4138 (tel: 2332-7537)

Rio de Janeiro, Centro: Rua Visconde do Rio Branco, 12 (tel: 2334-9859)

Rio de Janeiro, Jacarepaguá: Rua Henriqueta, 197 (tel: 2332-2578)

Belford Roxo: Alameda Retiro da Imprensa, 800 (tel: 3771-1135)

Cabo Frio: Av. Texeira e Souza, s/n, São Cristóvão (tel: 22 2648-9029)

Duque de Caxias: Rua Tem. José Dias, 344 (tel: 2771-3434)

Niterói: Av. Amaral Peixoto, 577, 3º andar (tel: 2717-0558)

Nova Friburgo: Av. Presidente Costa e Silva, 501, Centro (tel:22 2533-1694)

Nova Iguaçu: Av. Governador Amaral Peixoto, 950, Centro (tel: 3779-9416)

São Gonçalo: Av. Doutor Porciúncula, 345, Venda da Cruz (tel: 3119-3882)

São João de Meriti: Av. doutor Arruda Negreiro, s/nº, 3º andar (tel: 2655-5238)

Volta Redonda: Av. Lucas Evangelista, 667, 3º andar (tel: 24 3339-2279)

O atendimento e apoio às pessoas que sofrem violência nas relações afetivas é oferecido em todas as Unidades Básicas de Saúde da rede municipal.

Saiba mais
— Conheça a campanha pela gentileza no namoro
— Acompanhe a página da gentileza no namoro no Facebook
— Confira a biblioteca e videoteca sobre namoro saudável, com referências para o desenvolvimento de dinâmicas sobre o tema